quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A CIA e as cobaias


Após a 2ª Guerra Mundial, os EUA intensificaram seus "cuidados"com países inimigos. Medidas defensivas não eram suficientes e logo começaram a usar drogas ofensivas para obter informações, ganhar controle dos agentes inimigos e aplicar técnicas coercivas de interrogação. A CIA, então, iniciou programas de experimentação humana, controle da mente e modificação do comportamento.
Nos fins dos anos 1940, os programas para o estudo do comportamento humano começaram. No início apenas sujeitos dispostos eram recrutados, mas em seguida não-voluntários inadvertidos também foram incluídos, com a finalidade de testar agentes químicos e biológicos. Entre esses agentes estava o LSD (Ácido Lisérgico). Com os estudos, o ácido deixou de ser um meio passivo de coagir alguém a falar, e passou a ser uma arma psicológica ofensiva usada para obter informações de uma fonte inadvertida, perturbando ondas cerebrais, confundindo padrões de pensamento, alterando comportamentos, e quebrando a resistência.
O MKULTRA era um desses projetos da CIA, e tinha a finalidade de pesquisar e desenvolver materiais químicos, biológicos e radiológicos, para serem usados em operações clandestinas e terem capacidade de controlar ou modificar o comportamento humano. Os testes eram realizados tanto em voluntários quanto em indivíduos inadvertidos. Usavam métodos abusivos para requisitar novos voluntários, inclusive oferecendo a jovens voluntários, que cumpriam penas por transgressões, a droga de seu vício para que colaborassem como cobaias em seu experimento. Havia também subprojetos, que envolviam hipnose, psicoterapia, estudos poligráficos, soros da verdade, patógenos e toxinas em tecido humano, gotas para nocautear, e testes ou administração de drogas às ocultas.


Além dos supracitados, a sala do sono foi mais um dos programas realizados pela CIA. Usando choques físicos, mensagens repetidas, privação sensorial, drogas e radiação para obter uma "despadronização". A despadronização consistia na indução da mudança de comportamento e na memória, promovendo uma personalidade nova masi sadia. Crianças do México e da América do Sul, foram usadas não apenas como cobaias, mas também como agentes sexuais, com a finalidade de fazer chantagem com pessoas de altos cargos no Estudo, para manter a sua pesquisa. As crianças foram usadas por serem consideradas sacrificáveis. Relatos mostram que elas sofreram lavagem cerebral com o objetivo de se tornarem espiãs, ou um soldado perfeito.


Há uma certa semelhança entre alguns filmes e seriados com os relatos acima. Dark Angel uma série, que relata a historia de Max, uma mulher que quando criança foi usada para criar uma espiã perfeita, é um bom exemplo de como a arte imita a vida. As atrocidades pelas quais essas crianças passaram trazem danos quase irremediáveis as suas personalidades. Raramente são capazes de confiar em outrém, ou ter uma relação bem sucedida.

Referências:

1.Goliszek, Andrew. Cobaias Humanas: a história secreta do sofrimento provocado em nome da ciência - Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

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