quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Experimentos antiéticos em humanos

Outras Instituições, além da CIA como citado em post anterior, investiram em experimentos com cobaias inadvertidas. Experimentos de câncer foram realizados, injetando células cancerosas em indivíduos involuntários. Os teste foram realizados em cidadãos porto-riquenhos saudáveis para verificar como o câncer se desenvolve. Porto-riquenhos foram usados por serem considerados uma "raça suja, mais preguiçosa, mais degenerada e mais ladra", revelando um deliberado racismo.


Nos anos 1920, estava ficando claro que experimentos médicos antiéticos em certos grupos de pessoas, inclusive prisioneiros e os mentalmente incapazes não fariam a sociedade torcer o nariz. Isso revela um forte narcisismo social, na medida em que se passa a pensar que um indivíduo "dispensável" para sociedade pode ser sacrificado para que os demais sejam beneficiados. Apesar, de ser um dos princípios bioéticos a prática do bem ao maior número de pessoas, não é seguro que esse método realizado resulte em benefícios, nem é certo que aquele ser humano é dispensável.


Os principais hospitais de pesquisa utilizavam crianças para experimentos, com pouca ou nenhuma indicação de consentimento dos parentes. As crianças de orfanatos eram corriqueiramente utilizadas como objeto de experimentação nessas pesquisas.


Além do uso de cobaias involuntárias, também foram realizadas pesquisas que induziram o voluntário a acreditar que estava sendo tratado. Na verdade, a pesquisa tem finalidade de descobrir se aquele procedimento será eficaz, podendo ou não ser benéfico. O número esmagador de drogas experimentais testadas em seres humanos hoje não funciona e pode causar dano ou morte. No entanto, existem leis que garantem a presença de consentimento livre e esclarecido de um experimento, porém nem sempre isso é realizado com eficácia, gerando um equivocado conceito de que os individuos estão sendo tratados, o que não necessariamente é verdade. A busca pela fama e fortuna levou os pesquisadores a não esclarecer de forma coerente o experimento para os voluntários, uma vez que muitas vezes o procedimento não funciona e as pessoas, geralmente, não estão interessadas em se sacrificar pelo benefício das gerações futuras.


Assim, percebemos que o avanço da ciência, a fama e a furtuna de pesquisadores são atingidas em detrimento de alguns princípios éticos. A beneficência, que assegura o bem-estar das pessoas e garante que seus interesses sejam atendidos, está sendo ferida, uma vez que nem sempre o bem-estar dos indivíduos está sendo considerado. A justiça, também nã está snedo levada em conta, pois não há equidade na distribuição de bens e benefícios, uma vez que os mais indefesos são usados à revelia.


Referências:

1.Goliszek, Andrew. Cobaias Humanas: a história secreta do sofrimento provocado em nome da ciência - Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

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